Presidente da ANADEP, Joaquim Neto, abriu a conferência no auditório da DPMG 

 

 

 

Representantes de diversos movimentos sociais do estado de Minas Gerais ocuparam o auditório da Defensoria Pública, em Belo Horizonte,  na manhã desta sexta-feira (4/3).  Convidados pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP), Associação dos Defensores  Públicos de Minas Gerais (ADEP-MG) e Defensoria Pública do Estado,  participaram da abertura oficial do I Encontro Nacional da Defensoria Publica com os Movimentos Sociais. 

 

Durante a solenidade o presidente da ANADEP, Joaquim Neto   disse que a Defensoria Publica tem buscado, diuturnamente, ouvir  opinião. “Não queremos fazer como algumas instituições que se perderam pelo caminho, se encastelaram, se trancaram em seus gabinetes e deixaram de olhar, olho no olho da sociedade brasileira, a quem  nós devemos a razão da existência. Este é o papel da Defensoria Pública: caminhar na defesa da sociedade brasileira, do povo vulnerável deste país, com responsabilidade. E ouvindo sempre o seu clamor”.

 

Na mesma linha de raciocínio, o vice-presidente da ADEP-MG e diretor de articulação Social   da ANADEP, Heitor Baldez, disse aos presentes que o propósito da Defensoria Pública é  justamente entender o que a sociedade espera, e o que a Instituição e seus profissionais  podem oferecer a esta  sociedade. 

 

Cumprimentando a ANADEP pela iniciativa o presidente da ADEP-MG, Eduardo Cyrino Generoso disse que o Encontro  é um  momento importante,  que permite uma integração dos defensores públicos com representantes  dos movimentos sociais. Ïsto trará bons frutos para a defesa do cidadão brasileiro”, avaliou.

 

Já a Defensora  Pública Geral, Christiane Procópio Malard destacou a reprodução da desigualdade social em uma sociedade em que coexistem a  interdependência entre Estado e a economia e definiu o papel da Defensoria neste cenário. “Devemos nos unir. Praticar a solidariedade. Agora somos chamados a transformar. A solidariedade estendida em seu sentido mais profundo é um  modo de fazer história. Não podemos negligenciar as precondições sociais e familiares, retirando-as do debate público”, considerou.      

 

Posicionamento e ameaça de morte

 

 

O cantor, compositor e ativista social, Tico Santo Cruz, abriu os trabalhos.  Articulado, direto,  iniciou declarando  não pertencer a qualquer movimento social.  “Sou artista, estou nas redes e acredito  que minha função  é fazer essa ponte entre os movimentos sociais por meio dos laços que venho desenvolvendo”. O artista criticou os colegas que, segundo ele, possuem vozes de longo alcance e, caso se dispusessem a encampar as discussões, prestariam grande contribuição à  sociedade.

 

“A classe artística é omissa, covarde, porque tem medo de perder espaço. Precisamos de um meio cultural que venha somar. E é nesse sentido que eu, particularmente posso somar com vocês”.

 

Santa Cruz admite que, até receber  o convite para o seminário em Minas, não entendia a atuação da Defensoria Pública. “Eu achava que a Defensoria  era para todos, o Brasil inteiro. Ao tomar conhecimento de que atuam em defesa do cidadão carente, justamente em um momento em que assistimos a uma proposta de retirada de direitos, a partir dessa lei antiterrorismo, me surpreendi demais e percebi a importância de nos mobilizarmos, já que assistimos a um ataque ao direito de manifestação”, disse ele, referindo-se ao Projeto de Lei 2016/15.

 

O artista também relatou que, desde que se posicionou politicamente, sofre  ameaças de morte. “Desde novembro venho  recebendo  ameaças que partem de políticos conhecidos. Antes era apenas contra mim, mas agora ameaçam a minha família, por isso fui ao Congresso e também à  Polícia Federal do Rio de Janeiro”, disse ele.

 

Por último Tico reafirmou sua  condição de ativista sem qualquer ligação com movimentos sociais. “Eu não represento um movimento, ao contrário, estou conhecendo cada vez mais os movimentos. Vejo que a linguagem anda muito voltada às próprias organizações sociais  e percebo que é preciso uma ruptura nessa linguagem, tornando-a mais democrática.  Observo  também grande  disposição da Defensoria em  criar esse diálogo para fortalecer a democracia.

         

O artista, que na página do Facebook tem mais de 1,6 milhões de seguidores, defende inúmeras pautas de cunho social. 

 

Palestra de encerramento

 

O Encontro prossegue na manhã deste sábado (5/3) com grupos de debates entre representantes da Defensoria Pública e a Sociedade Civil.

 

A socióloga e ouvidora-geral da Defensoria Pública da Bahia, Vilma Reis fará a palestra de encerramento. Vilma apoia e atua diretamente nas lutas dos movimentos sociais ligados aos direitos de mulheres, crianças,  jovens e adolescentes, população negra, direito à terra e ao território, à moradia e à liberdade religiosa e ainda,  no combate às violações de direitos humanos.

 

Além do presidente da ANADEP,  Joaquim Neto, compuseram a mesa de abertura do evento o vereador  Adriano Ventura, o  ouvidor-geral  da Defensoria Pública de São Paulo Alderan Costa; Tico Santa Cruz; o vice-presidente da ADEP-MG e diretor de articulação social da ANADEP, Heitor Baldez; o presidente da ADEP-MG, Eduardo Generoso; a defensora pública-geral, Cristhiane Procópio Malard e a vereadora Elaine  Matozinhos.
 
 

Ascom ADEP-MG / Fotos Edilma Dias/Ascom

 

 

 

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