Abrindo os trabalhos da sexta-feira (28/11) do II Congresso Estadual dos Defensores Públicos de Minas Gerais, a juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Andréa Pachá instigou os presentes: “Afinem diariamente o ouvido e percebam a grandeza a humanidade e o privilégio que é trabalhar com gente e com o afeto diariamente”.

 

No início da palestra a juíza confidenciou o dilema que teve em 1994 quando foi aprovada para o concurso da magistratura e também para Defensoria Pública. “Sempre tive um apreço enorme pela Defensoria Pública”, afirmou Andréa Pachá que, devido aos problemas estruturais da Instituição,à época, acabou optando pela magistratura.

 

Lendo um poema da mineira Adélia Prado, Andréa Pachá falou sobre a vida e as escolhas que fazemos ao longo dela. “As grandes questões se resumem ao nascimento, crescimento e a morte. Todo o  resto é cenário”, frisou a juíza, que também é escritora. Ao ler trechos da sua mais nova obra – Segredo de Justiça -, lançada no II Congresso Estadual dos Defensores Públicos de Minas Gerais,  provocou uma reflexão e lagrimas naqueles que a ouviam. 

 

A ação de ouvir o próximo é,  para a magistrada,  fundamental para as carreiras jurídicas. “O que as pessoas mais precisam quando chegam à nossa presença é que alguém as ouça”, postulou a magistrada.

 

Segundo Andréa Pachá, a atuação na vara de família possibilitou a compreensão da necessidade do contato direto com as pessoas.  Para ela,  vivemos em uma sociedade consumista que prega a perfeição e muitas das vezes as pessoas não estão preparadas para entender as imperfeições.  Desta forma, é fundamental compreender e respeitar os casos que chegam até a justiça. “Tenho um profundo respeito pelas pessoas que desfilam na minha frente. Ninguém vai à justiça porque gosta, ninguém vai para conhecer o defensor ou o promotor”, disse a palestrante.

 

A atuação no direito de família, conforme disse a magistrada, requer uma disponibilidade ainda maior no ato de ouvir. “Quem não consegue afinar o ouvido para escutar deve procurar outra vara”, sentencia a juíza. Ainda de acordo com a palestrante, é preciso ter o cuidado de explicar o processo a quem está sendo julgado, ou no caso da Defensoria Pública, a quem está sendo defendido.  “Muitas vezes no primeiro contato com a Defensoria Pública é onde as pessoas encontram a oportunidade de falar”, destacou Andréa Pachá.

 

A presidência da mesa desta palestra foi conduzida pela defensora pública de Minas Gerais, Ana Paula Coutinho Canela e Souza. 

 

Ascom/ ADEP-MG

Recommended Posts

No comment yet, add your voice below!


Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *