Flores brancas e cor de rosa encheram o ginásio do Mineirinho de vida na última sexta-feira, 18 de maio, para a realização do 3º Casamento Comunitário da comarca de Belo Horizonte, promovido pela Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPMG). O momento, além de marcar a celebração do amor conjugal, reforçou a importância da fortificação dos núcleos afetivos e familiares através da garantia dos direitos civis.
Quem andava ao longo da quadra, via a perceptível alegria dos 500 casais participantes da cerimônia, que demonstravam seu amor por meio de sorrisos cúmplices e olhares apaixonados. As noivas, protagonistas da manhã, trajaram diferentes modelos e cores de vestidos, cada uma fazendo jus à sua personalidade.
Os gritos carregados de emoção que foram evocados pelas mães dos noivos, também eram impossíveis de ignorar. Dentre elas estava dona Heloisa Pereira que, com lágrimas nos olhos, conta a alegria de ver o filho Gleidson Daniel Pereira Marques e sua nora Rafaela Alves terem a oportunidade de se casarem. “Esse é um sonho que está se realizando. Esse projeto ajuda muito as pessoas que têm dificuldade financeira, sem ele seria muito difícil para os dois terem a cerimônia realizada”, conta Heloisa.
Em meio a tantos casais, as mais diferentes histórias de vida sublinharam a importância do evento. É o caso de Marcia das Graças, 39, e Marcos Moreira, 63, juntos a mais de 20 anos. Apesar de companheiros de longa data, foi um problema de saúde que levou os dois a oficializarem a união neste dia. Marcossofreu um ataque cardíaco que quase lhe tirou a vida, e a época disse para sua companheira que não queria morrer sem casar no cartório. “Ele falou que só faria a cirurgia se eu casasse com ele. Eu prometi então que casaria com ele se ele vivesse e ele viveu, e agora nós estamos aqui” conta Marcia com humor em sua voz.
Apesar da vontade de cumprir o prometido ao companheiro de décadas, a falta de condições financeiras fez o casal esperar até que a oportunidade surgisse, uma vez que o trâmite no cartório pode chegar a custar 500 reais aos noivos. “Vi no jornal do ônibus que a Defensoria iria realizar o casamento gratuito e fomos lá saber mais. Não achei que seria tão rápido realizar esse sonho” completa Marcia.
Na cerimônia realizada no mineirinho, além da iluminada e florida decoração, os casais participantes contaram com tapete vermelho e marcha nupcial, executada pela Orquestra da Polícia Militar. Foi também oferecida aos recém casados uma bênção ecumênica realizada através de um padre e um pastor. Bolo de casamento, troca de alianças, sorteio de presentes, cabine de fotos individuais e a presença de adoráveis damas e pajens de honra, também compuseram um cenário dos sonhos. Ao fim do casamento, cada casal pôde, no local, retirar em mãos a certidão emitida pelo cartório responsável.
O 3º Casamento Comunitário em Belo Horizonte contou com o apoio de diversos parceiros, entre eles a ADEP-MG e integrou as comemorações do Dia Nacional da Defensoria Pública, celebrado em 19 de maio. Desde sua primeira edição, realizada em 2015, a Defensoria Pública proporcionou a oficialização da união entre mais de 2 mil casais belo-horizontinos.
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