O diretor para assuntos institucionais e parlamentares da ADEP-MG, Sergio Riani, participou na quarta-feira (13/12) da entrega do relatório final da Comissão da Verdade em Minas Gerais (Covemg). A solenidade aconteceu no Palácio da Liberdade, com a presença das defensoras públicas da Defensoria Especializada em Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais, além de diversas autoridades.
O documento é resultado de quatro anos de pesquisa sobre as violações dos direitos humanos ocorridas no Estado entre 1946 e 1988, especialmente as cometidas durante a ditadura militar (1964-1985). Em seu discurso, o coordenador da Covemg, professor Róbson Sávio, destacou o trabalho árduo para levantamento das ações e documentos durante o período da ditadura militar. O coordenador, entretanto, fazendo um paralelo com a época da ditadura, afirmando que os tempos atuais também se tornaram sombrios. “Os tanques de outrora foram substituídas por outras formas aparentemente menos letais, os mecanismos de controle de expressão e exclusão são mais sofisticados, tudo para dar uma falsa aparência de normalidade democracia e legalidade”, avaliou o Róbson Sávio.
Por sua vez, o secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, relembrou o surgimento da Comissão da Verdade, que segundo ele, é maior do que os partidos, sendo uma “comissão de Estado”. O secretário pontuou ainda que o material servirá para que as gerações futuras tenham consciência do passado que o Brasil viveu.
Iniciando seu discurso, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, cumprimentou o diretor da ADEP-MG, Sergio Riani, que compôs o dispositivo de honra, relembrando a história de Clodesmit Riani, avô do defensor, que com o golpe militar de 1964 teve os direitos sindicais cassados por um período de 10 anos, sendo ainda preso e torturado. Pimentel frisou que o local da solenidade, o Palácio da Liberdade, acolheu componentes do Golpe de 1964 e que hoje é recebe àqueles que lutaram contra a ditadura. “Nós estamos no mesmo Palácio que abrigou os golpistas de 1964. Dali saiu o golpe de 64 e, agora, tantos anos depois, recebe este Palácio os resistentes da ditadura militar para esse ato simbólico. Quis a história, a vontade do povo e a graça de Deus que fosse eu o governador do Estado nesse momento. Sou muito grato a essa trajetória que me colocou aqui e muito consciente do que ela representa, não para mim, pessoalmente, mas para todos nós”, afirmou.
Para o diretor da ADEP-MG, Sergio Riani, a participação no lançamento do relatório final da Comissão da Verdade de Minas Gerais emociona não só pelo fato da Defensoria Pública ser uma das guardiãs dos Direitos Humanos, mas também por ter convivido com as cicatrizes da ditadura. “A Defensoria Pública contribuiu com a produção do relatório e isso reafirma o compromisso com a liberdade, com a dignidade, justiça e os Direitos Humanos. Pessoalmente, me emociona o evento porque meu avô lutou pela democracia brasileira e sofreu na pele os horrores do Estado de exceção”, disse o diretor da ADEP-MG. Clodesmit Riani também foi ouvido pela Covemg e contribuiu com a produção do relatório.
As defensoras públicas da Defensoria Especializada em Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais Ana Claudia Alexandre, Júnia Roman e Maria Auxiliadora Viana Pinto estiveram presentes no lançamento e foram apoiadoras dos trabalhos da Covemg.
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