Entre os dias 25 e 27 de setembro, Belo Horizonte se tornou território de resistência e esperança ao sediar o II Encontro da Frente Afro-Indígena das Defensoras e Defensores Públicos do Brasil, promovido em parceria pela ANADEP, ADEP-MG, CENARAB, Fórum Justiça e DPMG. O evento reuniu defensoras e defensores públicos de todo o país e reafirmou que a Defensoria Pública só cumpre sua missão constitucional se for, de fato, antirracista e comprometida com a reparação histórica.
A programação teve início no auditório da DPMG, com o painel “Perspectivas de Justiça Racial e Reparação Histórica” e o lançamento da pesquisa “Como as políticas afirmativas são implementadas pelas Defensorias Públicas no Brasil?”, seguida dos debates “Ações afirmativas em todos os cantos” e “Vozes ancestrais: caminhos da reparação histórica”. No segundo dia, no Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB), a abertura ancestral conduzida por povos indígenas e de terreiro antecedeu diálogos sobre saberes quilombolas e indígenas, racismo religioso e o lançamento do livro de poemas “Ancoragem”, de Jeane Xaud.
Já o terceiro dia contou com apresentações de Congado, oficina de heteroidentificação conduzida por Marcilene Garcia e exposição dos dez trabalhos selecionados de defensoras e defensores de todo o país. O encerramento foi marcado pela aprovação do Manifesto do II Encontro – por uma Defensoria Pública ainda mais antirracista e pró-direitos humanos e por uma roda de samba, símbolo da alegria e da resistência negra.
Entre as presenças de destaque estiveram Diva Moreira, Yone Gonzaga, Edilza Sotero, Célia Xakriabá, José Eustáquio de Brito, Douglas Krenak, povos de terreiro e comunidades tradicionais, que inspiraram defensoras e defensores a renovar o compromisso com a construção de um futuro de igualdade racial. Mais do que um evento, o II Encontro reafirmou a Defensoria Pública como trincheira contra o racismo estrutural, aliada das lutas quilombolas, indígenas e de terreiro, e guardiã dos direitos humanos.
